Avellar Love, integrante do João Penca e seus Miquinhos Amestrados – JPMA, grupo que começou suas atividades no início dos anos 70, naquela época o grupo ainda usava o nome de Zoo e, pouco depois, Anos 60. Era um grupo de amigos pré-adolescentes, vizinhos de um prédio no Alto Leblon ou colegas do Colégio Santo Agostinho, que circulavam pelos bairros da Zona Sul Carioca.
O convívio diário daquele inseparável bando de garotos extrapolava as atividades musicais, como as participações em festivais de colégios e shows em casas de amigos. Jogavam bola, iam à praia, frequentavam festinhas, cinema e viagens, estavam sempre juntos. Sua inspiração inicial, encontrada nos antigos discos de seus pais, veio do bom e velho Rock n’ Roll – inclusive roupas e topetes – era o rock dos anos 50, de Elvis Presley e Chuck Berry, depois acrescentaram também um pouco do tempero e alegria do Twist de Chubby Checker. Mas a principal influência viria mesmo de grupos como os Beach Boys e o Shanana, aos quais imprimiram uma dose extra de humor e malícia brasileira, sempre com muita originalidade e competência. Atualmente, Avellar é o único integrante do JPMA em atuação nos palcos brasileiros, fazendo participações especialíssimas em shows e festas de revival dos Anos 80, levando, para o grande público, a lembrança de sucessos inesquecíveis como Popstar, Lágrimas de Crocodilo, Romance em Alto Mar, SOS Miquinhos, Papauma, entre outras canções memoráveis do grupo. Avellar Love participou, inclusive, de dois DVDs da afamada Festa PLOC, gravados ao vivo no Circo Voador (Rio de Janeiro) nas primeiras décadas dos anos 2000.
UM POUCO MAIS SOBRE O JPMA
O JPMA veio aparecer para o grande público em 1982, acompanhando o cantor Eduardo Dusek em seu álbum “Cantando no Banheiro”, com sucessos como Rock da Cachorra e Barrados no Baile, canção que arrombou a festa do festival MPB-Shell daquele mesmo ano e inaugurou a era do Rock dos Anos 80 no Brasil. O primeiro disco da banda, “Os Maiores Sucessos de João Penca & Seus Miquinhos Amestrados” saiu em 1983 e destacaram-se Psicodelismo em Ipanema e Telma Eu Não Sou Gay – Calúnias, sucesso cantado então pelo convidado especial Ney Matogrosso. Em 1984, lançada com êxito em compacto pela saudosa RCA-VICTOR, a música Popstar garantiu o segundo LP e a continuidade da carreira dos Micos. A banda seguiria, a partir do final daquele ano com os "fundadores", o trio de vocalistas Selvagem Big Abreu, Bob Gallo, Avellar Love, lançando mais cinco álbuns:
1. “Ok My Gay”, gravado em meados de 1985, que lançou sucessos como
Lágrimas de Crocodilo e Romance em Alto Mar.
2. “Além da Alienação” (1987) registrou o sucesso de Banana Split,
composição do grande Erasmo Carlos, primeira gravação nacional em
Dolby Stereo, tema do longa metragem homônimo de Paulo Sérgio de
Almeida;
3. “Sucesso do Inconsciente” (1989), com os sucessos SOS Miquinhos e
Matinê no Rian;
4. “Cem Anos de Rock n' Roll” (1990) e, por fim, a coletânea comemorativa
de dez anos; e
5. “A Festa dos Micos” (1993), gravado ao vivo, dos grandes e históricos
sucessos, com uma plateia frenética e participativa.
No início de 2000, mesmo com os micos afastados dos palcos, a gravadora
ARIOLA lançaria uma coletânea de sucessos, o “Hot 20 – João Penca e seus Miquinhos Amestrados”, uma antologia de gravações originais do JPMA. O JPMA frequentou as rádios e TVs nacionais com seus inúmeros sucessos por mais de dez anos além dos hits Telma Eu Não Sou Gay, Popstar, Lágrimas de Crocodilo, Romance em Alto Mar, SOS Miquinhos e Papa Uma a banda emplacou temas de novelas da Rede Globo como a canção Matinê no Rian, abertura da novela “Sexo dos Anjos” (1989), Suga-Sugada novela “Vamp” (1991) e Esse Meu Cabelo Rock de “Explode Coração” (1995). Várias canções foram ainda gravadas especialmente para filmes nacionais como Banana Split (1988) e O Escorpião Escarlate (1990), assim como para aberturas de programas de televisão, como o tema de Milk Shake (1988), musical apresentado pela Angélica, na extinta TV Manchete, e as aberturas dos programas de surf e esportes radicais, “Realce” e “RIP”.
